segunda-feira, 30 de junho de 2014

Café: exportações mundiais diminuem 570 mil sacas em maio, aponta OIC


As exportações mundiais de café diminuíram em maio deste ano, quando registraram 9,62 milhões de sacas, ante 10,19 milhões de sacas no mesmo mês em 2013, queda de 5,6%. 

As exportações dos primeiros oito meses do ano cafeeiro de 2013/2014 (que vai de outubro 2013 a maio de 2014) também registraram queda, para 72,832 milhões de sacas, contra 75,824 milhões de sacas, decréscimo de 3,9% em comparação à temporada anterior. 

Enquanto que no total de doze meses, encerrando em maio de 2014, as exportações do café arábica registraram 68,90 milhões de sacas, contra 69,13 milhões de sacas no ano passado. Já as exportações para o café robusta somaram 39,98 milhões de sacas, ante 43,05 milhões de sacas do mesmo período em 2013. 
Fonte: OIC

sexta-feira, 27 de junho de 2014

CNC: Balanço Semanal - 23 a 27/06/2014







BALANÇO SEMANAL — 23 a 27/06/2014

— Presidente Dilma Rousseff sanciona Lei 13.001/2014, que atende a pleitos do setor em relação aos débitos oriundos do crédito rural inscritos em Dívida Ativa da União.

LEI 13.001/2014 (CONVERSÃO DA MP 636/2013) — No dia 20 de junho, a Presidente da República, Dilma Rousseff, sancionou a Lei nº 13.001/2014, referente à Conversão da Medida Provisória nº 636, de 2013, atendendo a sugestões que redundarão em relevantes medidas de apoio para o setor agropecuário, a respeito das quais o CNC e a Comissão Nacional do Café da CNA trabalharam juntamente ao Congresso Nacional para a aprovação.

Entre os pontos mencionados, cabe destaque para a indicação de alterações nos artigos 8, 8A e 9A da Lei 11.775/2008, que tratam dos débitos oriundos do crédito rural inscritos em Dívida Ativa da União (DAU). A esse respeito, a Lei 13.001 ampliou:

— As medidas de estímulo à liquidação/renegociação para dívidas de crédito rural inscritas na DAU até a data de publicação da Lei (antes o prazo era até 31/10/2010);
— A concessão dos descontos previstos na Lei 11.775/2008 para dívidas liquidadas até 31/12/2015 (antes o prazo era até 31/08/2013);
— O período para permissão da renegociação do total dos saldos devedores das operações de crédito rural até 31/12/2015 (antes o prazo era até 31/08/2013), mantendo-as na DAU, observadas as condições previstas na Lei;
— O período de concessão do desconto adicional de 10% para liquidação/renegociação até 31/12/2015 (antes até 31/08/2013) de dívidas oriundas das operações de crédito rural ao amparo do PRODECER – Fase II, inscritas na DAU até a data de publicação desta Lei (antes até 31/10/2010); e
— O período de requerimento do benefício para até 31/12/2015 (antes até 31/08/2013) para renegociação/liquidação das dívidas originárias de operações de crédito rural (antes só do Prodecer - Fase II, do Profir e do Provárzeas, contratadas com o extinto BNCC), cujos ativos tenham sido transferidos para o Tesouro Nacional e os respectivos débitos, não inscritos na DAU, estejam sendo executados pela Procuradoria-Geral da União.

Com a nova formatação das datas, ficaram suspensos os processos de execução e os respectivos prazos processuais, até análise do requerimento, uma vez formalizado o pedido de adesão. Antes, a Lei previa suspensão apenas até 31/08/2013.

A Lei 13.001 também individualizou os débitos para fins de enquadramento nos descontos por faixa de saldo devedor do restante das dívidas das operações coletivas ou grupais, assinadas por dois ou mais produtores rurais, por participante devidamente reconhecido no instrumento de crédito original, desde que qualificado como devedor, excluindo-se cônjuges, identificado pelo respectivo CPF ou CNPJ.

Além disso, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) foi autorizada a renegociar e a prorrogar até dezembro de 2019 as operações com Cédula de Produto Rural (CPR), no âmbito do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), contratadas até 31 de dezembro de 2012, vencidas e não pagas. A renegociação deverá ser requerida pelo mutuário e formalizada pela estatal até 31/03/2015. O saldo devedor será apurado na data da renegociação com base nos encargos contratuais de normalidade, sem o cômputo de multa, mora e quaisquer outros encargos por inadimplemento ou honorários advocatícios.

O pagamento poderá ser realizado à vista ou dividido em até cinco parcelas anuais, sendo a primeira no ato da renegociação e as demais nos anos subsequentes. Dessa forma, tão logo o mutuário requeira e renegociação, será suspensa a cobrança ou a execução judicial e promovido o aditamento das CPRs referentes às dívidas. Por fim, a renegociação nesses termos não impede a contratação de novos créditos rurais, exceto na modalidade formação de estoque enquanto durar o parcelamento do pagamento do saldo devedor.

CAPITAL DE GIRO — O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou, também no dia 20 de junho, a alocação de R$ 900 milhões do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para as linhas de capital de giro voltadas às cooperativas de produção e às indústrias de torrefação e solúvel. De acordo com a Resolução BACEN nº 4.340, os financiamentos para capital de giro terão taxa de juros de 7,5% ao ano e entrarão em vigor a partir de 1º de julho de 2014. Do total alocado, as indústrias de café solúvel terão à disposição R$ 200 milhões, as de torrefação contarão com R$ 300 milhões, ao passo que as cooperativas de produção terão R$ 400 milhões.

Essa medida atende parcialmente ao pleito da produção, haja vista que nossa intenção é que os recursos do Funcafé um fundo de caráter social e composto por recursos do próprio setor — sejam anunciados e disponibilizados de maneira única, de forma que se evitem especulações em um mercado já bastante especulativo por sua natureza.

OUTROS PLEITOS — No mesmo dia, o CMN também aprovou ajustes nos programas de investimentos agropecuários com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a partir de 1º de julho de 2014. Entre as alterações, publicadas na Resolução BACEN 4.338, destacamos que, para o Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota), o colegiado alterou a finalidade da matéria "para retomar a possibilidade de financiamento de itens novos", como tratores e implementos associados, colheitadeiras e suas plataformas de corte, e equipamentos para preparo, secagem e beneficiamento de café.

O CNC e a Comissão Nacional do Café da CNA permanecem trabalhando e na expectativa para que o Ministério da Agricultura agilize o atendimento aos pleitos do setor, haja vista que já foram debatidos e assumidos pelo ministro Neri Geller em audiências que tivemos. Esperamos que, no decorrer da próxima semana, nossas propostas sejam contempladas, o que permitirá uma tranquilidade aos cafeicultores brasileiros e evitará ainda mais especulações.

MERCADO — Os preços futuros do café apresentaram tendência de valorização na semana, influenciados por fatores macroeconômicos internacionais. Os fundamentos do mercado da commodity continuam os mesmos, com perspectiva de redução da oferta brasileira nesta safra, cenário já precificado pelos investidores. Nas principais regiões produtoras do Brasil, o clima continua favorecendo os trabalhos de colheita.
O vencimento setembro do contrato C da ICE Futures US foi cotado ontem a US$ 1,8085 por libra-peso, acumulando alta de 535 pontos na semana. A depreciação do dólar frente às principais moedas, incluindo o real, deu sustentação aos preços futuros do café arábica.

Estatísticas divulgadas nesta semana mostram que a economia dos Estados Unidos apresentou, no primeiro trimestre do ano, contração mais forte do que o estimado anteriormente. Com isso, a moeda norte-americana enfraqueceu-se. No Brasil, essa tendência foi potencializada pela decisão do Banco Central de estender seu programa de intervenção diária no mercado de câmbio até dezembro. Em consequência, o dólar acumulou queda de 1,6% até o fechamento da quinta-feira, quando foi cotado a R$ 2,1963.

Na Bolsa de Londres, os preços futuros do café robusta também apresentaram valorização. O vencimento setembro do contrato 409 encerrou o pregão de ontem a US$ 2.027 por tonelada, representando alta US$ 26 em relação ao fechamento da última sexta-feira.

O mercado doméstico brasileiro continua apresentando baixa liquidez, embora os preços do arábica tenham se recuperado na quarta-feira, refletindo a alta de Nova York. Os indicadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para os cafés arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 399,76 por saca e a R$ 240,43 por saca, respectivamente, acumulando ganhos de 0,9% e 1,3% na semana.


Atenciosamente, 

Silas Brasileiro
Presidente Executivo do CNC

Conselho Nacional do Café — Assessoria de Comunicação
Jorn. Resp.: Paulo André Colucci Kawasaki (Mtb. 43.776 / SP)
Contatos: (61) 3226-2269 / 8114-6632 /
 imprensa@cncafe.com.br / @pauloandreck

Café: nesta sexta-feira, mercado em NY registra ligeiras altas


O mercado internacional do café trabalha com ligeiros ganhos na manhã desta sexta-feira (27) na Bolsa de Chicago. Os futuros do arábica estendem o movimento tímido de alta registrado no fechamento da sessão anterior e, por volta das 7h30 (horário de Brasília), os contratos mais negociados registravam ganhos que variavam entre 40 e 120 pontos, com o vencimento setembro/14 cotado a 181,25 centavos de dólar por libra-peso. 
No meio da semana, o café chegou a passar por sessões de boas e fortes altas, entretanto, o mercado ainda continua bastante volátil e aguardando por números mais concretos sobre os resultados da colheita no Brasil. 
“Esse cenário reflete um ‘bate-bola’ dos fundos e de especuladores que aproveitam as altas para vender e garantir lucros nas negociações. Logo as baixas aparecem, por conta disso também”, explicou Anselmo Magno de Paula, gerente do departamento de café da Cocapec (Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas de Franca-SP).
Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:
Café: NY fecha com leves quedas, após registrar alta de 580 pts no dia anterior
Por Talita Benegra
O mercado de café arábica segue bastante volátil. O fechamento desta quinta-feira (26) registrou leves quedas na Bolsa de Nova Iorque (Ice futures US), após forte ascensão no dia anterior de 580 pontos para os principais contratos. 
O vencimento julho encerrou em 178,80 centavos de dólar por libra/peso com queda de 115 pontos. Há cerca de um mês, os índices para esse contrato se aproximam do patamar de 180, mas não conseguem alcançar o valor. “Esse cenário reflete um ‘bate-bola’ dos fundos e de especuladores que aproveitam as altas para vender e garantir lucros nas negociações. Logo as baixas aparecem, por conta disso também”, explicou Anselmo Magno de Paula, gerente do departamento de café da Cocapec (Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas de Franca-SP).
Os contratos para entrega em setembro registraram decréscimo de 120 pontos para 180,85 cents/libra-peso. Dezembro anotou 184,35 cents/libra-peso, enquanto março/2015 desceu 130 pontos para 187,40 centavos/libra-peso. 

Quebra na colheita brasileira
A volatilidade do mercado de café arábica se deve também pelas incertezas quanto ao tamanho da safra brasileira. Segundo pesquisa realizada pelo site Notícias Agrícolas entres as principais cooperativas do Brasil, a maioria das regiões terá quebra na produção.

A Coopinhal (Cooperativa dos Cafeicultores da Região do Espírito Santo do Pinhal) que contém cerca de 500 associados e abrange 8 municípios – terá queda de 30 a 40% na produção estimada, que era de 115 a 125 mil sacas, mas que pela demanda não deve passar de 80 a 90 mil. 
A equipe da Cocatrel estima uma perda entre 20% a 30%. “As regiões mais atingidas são aquelas às margens de Furnas, em municípios como Boa Esperança, Guapé e Campos Gerais”, explicou Fernando Miranda, presidente da cooperativa. 
O rendimento do café colhido na região da Cooparaíso (Cooperativa Regional dos Cafeicultores de São Sebastião do Paraíso) também está bem abaixo do normal, de acordo com o engenheiro agrônomo da cooperativa, Marcelo de Moura Almeida. “Nas lavouras velhas, estão sendo necessários entre 600 a 750 litros para encher uma saca... Já nas lavouras mais novas, estamos precisando entre 900 até 1.100 litros, em alguns casos”.   
“As baixas no sul de Minas devem chegar a 30%, no cerrado talvez um pouco menos”, projetou Carlos Paulino, presidente da Cooxupé – maior cooperativa cafeeira do mundo, que também declarou: “Os cafés estão chochos, parecendo isopor de tão leves”.
A estimativa inicial da Coopemar era de 100.000 sacas, mas com os defeitos apresentados nos grãos e a maior quantidade utilizada para conseguir uma saca beneficiada, esse número deve descer para cerca de 80.000 sacas. 
Apesar das baixas nas diferentes regiões do país, a Cocapec (Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas de Franca-SP) comemora uma safra boa.  “nós esperávamos uma quebra superior a 10%, mas com o andamento da colheita que está adiantada e registra cerca de 25% já concluída, analisamos que não teremos queda tão alta na produção, deve ficar inferior a esses 10% estimados”, projetou Anselmo Magno. 

Qualidade do café
A estiagem que afetou as plantações de café no início do ano e prejudicou muitas safras brasileiras segue influenciando os cafezais. Porém, a falta de chuvas e dias relativamente quentes apesar da chegada do inverno tem contribuído de maneira positiva desta vez para manter a qualidade do grão. 
Fonte: Notícias Agrícolas

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Sancionada lei para renegociação da Dívida Ativa


Foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda (23) a Lei 13.001, de 20/06/2014, que reabre prazos e permite a negociação de operações de crédito rural transferidas à União, inscritas em Dívida Ativa - DAU. O texto sancionado pela Presidente da República regulamenta sem vetos a Medida Provisória 636/13, aprovada em caráter de urgência pelo Senado em maio. Com a disposição, os produtores rurais inadimplentes passam a ter até dezembro de 2015 para formalizar proposta de liquidação ou reparcelamento da dívida.

Para o diretor da FAEMG e presidente das Comissões de Café da FAEMG e da CNA, Breno Mesquita, a lei será comemorada pelo setor. “A abertura à renegociação é de extrema importância para milhares de produtores rurais inscritos na DAU que não puderam se beneficiar da Lei 11.775/08 e esperavam a oportunidade de regularizar sua situação”.

FAEMG

Colheita brasileira de café adiantada: algumas regiões já concluíram 60%


Mais uma vez a forte estiagem e altas temperaturas registradas no início do ano seguem influenciando a produção do café. Desta vez, o verão mais quente e seco dos últimos 71 anos, está contribuindo para o amadurecimento prévio dos cafés cerejas. 
Esse fator resulta em duas situações: por um lado, o adiantamento da colheita, por outro, muitos grãos apresentam defeitos. “Os cafés estão chochos, parecendo isopor de tão leves”, explicou Carlos Paulino, presidente da Cooxupé – maior cooperativa de cafeicultores do mundo – que tem sede em Guaxupé-MG. 
Por conta dessas deformidades apresentadas, a maioria dos produtores está precisando de um volume muito maior de café para encher a saca de 60 quilos. No caso da Cooxupé, as lavouras velhas tem tido melhor rendimento com cerca de 620 litros para preencher uma saca beneficiada, enquanto nas lavouras novas, o número cresce para 670 litros. Em uma temporada normal, uma saca encheria com 420 a 500 litros de café. 
Segundo o engenheiro agrônomo Celso Scanavachi da Coopinhal (Cooperativa dos Cafeicultores da Região do Espírito Santo do Pinhal).  “Os grãos estão miúdos e isso está afetando também nossa exportação. Para as plantações mais novas estamos precisando de mais de 1.000 litros para encher uma saca, enquanto que para as adultas são necessários de 700 a 1.000 litros”.
A Coopemar (Cooperativa dos Cafeicultores da Região de Marília) divulgou que os pequenos produtores associados já colheram cerca de 70% do total, enquanto os médios e grandes estão na faixa de 50 a 60%. Mesmo índice colhido pela Coopinhal. 

Já a Cooxupé declarou que os cooperados do estado de São Paulo estão com 29% da colheita realizada, enquanto o sul de Minas Gerais (região muito afetada pelo calor e pela seca) segue bem adiantado para 37%, ante uma expectativa de 25% e o cerrado mantém a normalidade com 14%.
O que já pode ser analisado por algumas cooperativas e estudiosos do mercado nacional é de que a quebra na safra brasileira será grande. “As baixas no sul de Minas devem chegar a 30%, no cerrado talvez um pouco menos”, projetou Carlos Paulino. 

A estimativa inicial da Coopemar era de 100.000 sacas, mas com os defeitos apresentados nos grãos e a maior quantidade utilizada para conseguir uma saca beneficiada, esse número deve descer para cerca de 80.000 sacas. 
Números mais surpreendentes têm a Coopinhal. “Teremos cerca de 30 a 40% de quebra na produção porque o grão não granou”, previu Alexandre Huseman, presidente da cooperativa. 
A safra do ano que vem também deve ser comprometida, já que o café é uma cultura perene. Sendo assim, a grande estiagem e as altas temperaturas afetaram o desenvolvimento de novos ramos, que consequentemente darão menos quantidade de cafés. “Nós temos verificado, que em muitas regiões, ao invés de 10 a 12 internódios (intervalos entre as gemas do crescimento do caule), que seria o normal, estão aparecendo apenas de 4 a 5”, completou Huseman. 


Qualidade do café

Apesar das baixas detectadas na maioria das regiões do país, apenas o rendimento do café deve ser afetado. A qualidade da bebida segue boa e o clima tem sido preponderante para isso. A falta de chuvas contribui para um melhor preparo do grão, assim como temperaturas médias.
Fonte: Notícias Agrícolas // Talita Benegra

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Café no mundo



Consumo no Brasil deve aumentar de 3 a 4% este ano

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Américo Sato, afirmou que “depois da água, o que o brasileiro mais toma é café”. E estimou que esse número deva aumentar de 3 a 4% neste ano, assim como o repasse da indústria para o varejo. 


O café moído e torrado tem alcance em quase 95% dos lares brasileiros, que agora terão de desembolsar muito mais para tomar um “cafezinho”. Isso porque, há uma previsão de um aumento médio de 35% no valor do produto repassado ao consumidor final ainda para 2014. “As indústrias sabem que é difícil repassar tudo de uma única vez. Por isso, os reajustes serão feitos de forma gradativa”, disse Sato. Mesmo assim, o presidente acredita que não haverá mudança nos hábitos das famílias brasileiras, já acostumadas com a bebida.

Leilões de estoques no Quênia são suspensos

Devido a números muito baixos de café arábica em seus estoques, o Quênia se viu obrigado a suspender os leilões semanais do produto até o dia 15 de julho.  Segundo o chefe executivo do Câmbio de Café de Nairóbi, Daniel Mbithi, “essa parada anual é consequência da pequena disponibilidade dos grãos entre as safras“.

O país africano utiliza como base, os valores apresentados na Bolsa de Nova Iorque (Ice Futures US) para trabalhar os leilões.

A colheita 2013/2014 (de outubro a setembro) do país deve aumentar em 6.000 toneladas para 45.000 toneladas, ante 39.000 da temporada passada

Cuba não tem produção para atender a demanda interna

Os cubanos realmente gostam de café. Oitenta e nove por cento da população afirma tomar a bebida, um número 42% maior do que a média mundial.  Só que a produção interna não atende a demanda do país. Para completar o mercado, 8.000 toneladas são importadas todos os anos

Para que esse cenário mude, as áreas das plantações cubanas terão que ser aumentadas em mais de 90%. Assim, em 2020 talvez o país consiga atender às necessidades internas com um rendimento de 23.160 toneladas de café
Com os trabalhos para diminuir a importação do produto e para tonar as safras de melhor qualidade, a partir de 2016, o panorama já deve ser mais otimista. Isso vai colaborar muito com as famílias do país, que para conseguir café necessitam comprar a bebida em lojas, elevando bastante os valores e deixando muitos cubanos sem a bebida
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Nestlé ajuda no aumento da produção da Costa do Marfim

A Costa do Marfim é o sexto maior produtor do café robusta no mundo e pode superar a Uganda, na quinta posição após ajuda cedida pela Nestlé – maior fabricante de cafés do planeta

A empresa suíça está distribuindo para o país africano plantas mais resistentes a doenças que normalmente atingem os cafezais. Serão entregues mais de dois milhões de mudas e a expectativa é que a produção aumente em 40% no período de seis anos
Atualmente, a Costa do Marfim produz  100.000 toneladas de grãos robusta por ano. Este tipo de café é muito utilizado para produção de bebidas instantâneas e expressos
A colheita do país já chegou a números bem superiores, 324.000 toneladas, em 1998, porém os conflitos armados e os baixos preços reduziram esse número em mais de um terço
Peru investe em lavoura resistente à ferrugem

Algumas regiões do Peru – quinto maior produtor de café arábica do mundo - como: Satipo e Chanchamayo (na região de Junín) apostaram em lavouras resistentes à ferrugem – uma doença causada por fungos que pode destruir todo o cultivo. No total, 17.803 hectares já estão com a nova variedade. O trabalho começou em agosto do ano passado e foi concluído em abril deste ano.
 

Durante a safra de 2012/2013, a ferrugem afetou um total de 75.929 hectares em Junín, dos quais 31.500 estavam em Chanchamayo e 44.429 em Satipo. Isso significou uma perda de 24.748 toneladas da produção de café de alta qualidade. 

Por conta da crítica situação que afetou as zonas cafeeiras do país, o Ministério da Agricultura – como parte de um Plano Nacional de Renovação do Café – distribuiu 28,310 pacotes agrícolas, além de o Agrobanco ter pagado a dívida de 3.401 produtores, além de ter financiado 97 milhões de soles – moeda peruana equivalente a cerca de 34,5 milhões de dólares
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Outra novidade é a instalação de viveiros com uma capacidade de produção de 1 milhão de plantações ao ano. Estes viveiros têm um custo de mais de 4,328 milhões de soles – mais de 1,5 milhão de dólares. 

Fonte: Notícias Agrícolas // Talita Benegra

terça-feira, 24 de junho de 2014

Café: NY fecha com leve queda, mas cotações se mantêm acima dos US$ 1,70


As cotações do café arábica na Bolsa de Nova Iorque (Ice Futures US) fecharam com leves quedas nesta terça-feira (24), depois de registrarem alta na sexta e na segunda-feira. Apesar dos recuos, que variaram entre 120 a 95 pontos para os contratos mais próximos, os preços se mantiveram acima do patamar dos US$ 1,70. 
O vencimento julho fechou com queda de 95 pontos, em 174,15 centavos de dólar por libra-peso. O contrato para entrega em setembro recuou 115 pontos e encerrou valendo 176,25 cents. Os vencimentos dezembro e maio /2015 pederam 120 pontos e encerraram, respectivamente, em 179,80 e 182,90 cents / libra-peso. 
   
Previsão altista do USDA
A última previsão do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que aponta para uma queda de 1,5 milhões de sacas de café na safra mundial, foi um fator altista, que pode ter ajudado a sustentar os preços na Bolsa de NY na sexta e na segunda-feira. O departamento projetou um total de 148,671 milhões de sacas de 60 quilos, ante 150,145 milhões de sacas da temporada anterior.

“O USDA é um departamento conservador, e se eles prevêem uma grande quebra na produção, o mercado já observa que a safra será mesmo pequena”, afirmou o analista de mercado Eduardo Carvalhaes. 
Ele afirma que, com o andamento das colheitas, os mercado deve se manter volátil. “Sabemos que não existem estoques grandes de café no mundo e produtores do Sul de Minas Gerais continuam relatando redução no rendimento do café, mas com diversas previsões sendo divulgadas, algumas apontando para quebras menores e outras para quebras maiores na produção brasileira, os preços devem continuar voláteis”. 

Outro fator que indica que os preços devem se manter em alta, segundo Carvalhaes, são os anúncios de alta nos preços do café em grandes redes multinacionais e cafeterias como a nmorte-americana Starbucks. “Isto é mais um sinal de a produção está pequena e que os operadores em NY não devem recuar suas compras de posições que os preços não devem voltar a cair”.
O café tipo 6, bebida dura, teve poucas variações no mercado físico. Em Patrocínio-MG, a saca de 60 kg subiu 2,50% e é negociada a R$ 410,00. Já em Espírito Santo do Pinhal-SP, a saca registrou recuo de 3,17% e é vendida a R$ 397,00. 
Fonte: Notícias Agrícolas // Fernanda Bellei

USDA prevê recuo na produção mundial de café em 2014/2015


Redução da safra brasileira é vista como principal motivo

POR ESTADÃO CONTEÚDO

cafe_graos_agricultura (Foto: Shutterstock)
Recuo da produção brasileira é apontado pelo USDA como principal fator de queda na safra mundial de café (Foto: Shutterstock)

A produção mundial de café na safra 2014/2015 deve diminuir 1,5 milhão de sacas de 60 kg, ou 1%, em relação ao período anterior, para 148,67 milhões de sacas. Os números fazem parte de levantamento do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
A queda é provocada principalmente pela redução na produção brasileira, a maior do mundo. Segundo o USDA, no entanto, "a redução é parcialmente compensada pela recuperação da produção na Colômbia e na América Central". Com relação aos estoques globais, o USDA estima queda de 10,86% ao fim de 2014/15, para 32,12 milhões de sacas ante 36,03 milhões de sacas em 2013/14.
O relatório estima que o Brasil, maior produtor e exportador mundial, deve colher 49,5 milhões de sacas na safra 2014/15, queda de 4,2 milhões de sacas, ou 7,8% menos, em relação à safra 2013/14 (53,7 milhões de sacas). O estoque de passagem no País ao fim do período deve alcançar 6,3 milhões de sacas, para exportação de 29 milhões de sacas. "O consumo interno permanece estável, após duas décadas de constante expansão", comenta o USDA.
A produção do Vietnã, a segunda maior do mundo, está projetada em 29,3 milhões de sacas, 1% maior do que no período anterior, impulsionada pelo crescimento da área colhida, apesar do fraco rendimento das novas plantas. A exportação vietnamita de café deve aumentar 2 milhões de sacas, para recorde de 27 milhões de sacas, "revertendo o recente acúmulo de estoques", informa o USDA.
A safra de café da Colômbia em 2014/15 deve crescer até 1 milhão de sacas, para 12 milhões de sacas, graças a rendimentos mais elevados. O aumento ocorre após sete anos de produção abaixo da média, por causa da disseminação de pragas e doenças nos cafezais.
Após dois anos de declínio na produção na América Central e no México, que representam um quinto da produção de arábica no mundo, a safra deve aumentar 870 mil sacas em 2014/15, para 16,2 milhões de sacas.
GLOBO RURAL

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Café: manhã tranquila com leves altas na Bolsa de NY


O mercado de café arábica nesta manhã de segunda-feira (23) inicia com leves altas na Bolsa de Nova Iorque (Ice Futures US), após sexta-feira (20) volátil e com fechamento das cotações em alta. Hoje, o mercado interno pode sofrer desaceleração devido ao jogo do Brasil contra Camarões, encerrando a última rodada da primeira fase da Copa do Mundo para os grupos A e B. Isso porque a maioria das empresas e funcionários brasileiros vai entrar em recesso durante a partida. 

O contrato com entrega para julho às 10h17 (horário de Brasília) sobe 225 pontos para 175,50 centavos de dólar por libra-peso. Enquanto que o vencimento setembro registra 176,90 cents/libra peso, 140 pontos acima. Dezembro também opera em alta de 0,73% para 180,30 centavos/libra-peso e Março/2015 tem acréscimo de 85 pontos, anotando 183,85. 

Veja como fechou a sessão na sexta-feira (20):

Café: sessão encerra com 640 pts de alta após semana volátil em NY

O mercado de café arábica teve semana com leves quedas,porém, a sessão de sexta-feira (20) encerrou com altas acima dos 600 pontos para os contratos mais próximos, depois de operar com forte volatilidadena Bolsa de Nova Iorque (Ice Futures US), chegando a máximas de 175,80 centavos de dólar por libra-peso e mínimas de 168,05 cents /libra-peso para o vencimento de julho, uma diferença de quase 800 pontos. 
Os contratos com entrega para julho subiram 3,71% para 173,25 centavos/libra-peso, enquanto os vencimentos de setembro, dezembro e março/2015 registraram alta de 640 pontos, fechando respectivamente em 175,50, 179,00 e 182,20 centavos por libra-peso.

 “Não há novidade. Talvez os valores tenham subido hoje por conta do último dia de prolongamento para setembro dos contratos que seriam entregues em julho”, disse o analista de mercado Eduardo Carvalhaes, que também alertou para a desaceleração dos negócios nesta semana por conta do jogo do Brasil na última terça-feira (17) e feriado de Corpus Christi (19). “Esse período de Copa do Mundo, unido ao feriado tem sido um dificultador para o mercado físico”, completou. 

Apesar das leves baixas desta semana e de um último mês com quedas em relação ao anterior, os valores do café arábica tem se sustentado acima da média dos últimos 5 anos. “Não tem café sobrando, os que estão sendo negociados ainda são os resquícios da última safra”, analisou Carvalhaes. 

Recuperação das baixas

Em análise de mercado publicada hoje, a agência de notícias Dow Jones destacou que as preocupações mundiais com uma possível falta de oferta de café no mercado, em volume suficiente para atender a demanda, ainda afetam o setor. 

As quedas nas cotações registradas nos últimos meses, segundo a análise, foram influenciadas pelo aumento da produção de café arábica de qualidade em países como Guatemala e Costa Rica, além do aumento dos estoques de café em Nova Iorque. 

“A combinação de aumento da demanda e crescente preocupação com a oferta resulta em altas”, afirmou Chris Narayanan, chefe do setor de commodities agrícolas da Societe Generale de Nova Iorque. 

Inverno chegando

No Brasil, o inverno chega neste final de semana e em alguns estados o frio já veio com força. Algumas cidades do Sul do país registraram entre esta última quinta-feira (19) e hoje (20) os dias mais frios do ano, com índices negativos. 

Apesar desta realidade e das massas de ar polar que avançaram para o interior do país, não há nenhum fator climático preocupante, tampouco fora do esperado para a época, que justifique as altas desta sessão. “Não há nada até o momento no clima que indique real perda de produção. Teremos que aguardar a entrada da estação fria para estimar melhor se vão ou não ocorrer perdas nas safras”, concluiu o analista. 


Aumento do consumo mundial de café

Diversos países passam por um rápido aumento no consumo de café, principalmente o café especial. Mercados como China e Japão, que tradicionalmente consomem chás, estão adquirindo hábitos mais ocidentais, como visitas diárias às cafeterias requintadas.

O consumo de café também está aumentando nos Estados Unidos, ao passo que a economia do país ainda se recupera. Enquanto isso, o clima em grandes países produtores, como o Brasil, Indonésia e a Ásia, poderá ser severamente afetado pelo fenômeno climático El Niño, que deve atingir diversas regiões do planeta a partir deste segundo semestre. A ocorrência de mais secas ou excesso de chuvas poderão reduzir ainda mais a produção de café.

México investe no aumento de produção

Recuperar os níveis de produção e mais qualidade no café foi um dos compromissos firmados pelo governo mexicano durante o Fórum Econômico Mundial (WEF). Além da Nova Visão para o Desenvolvimento Agroalimentar do México (VIDA), que tem como enfoque para garantir esse objetivo, a política pública, créditos e transferência de tecnologias. 

No ano anterior, o país produziu o dobro deste ano – 3 milhões de sacas, ante 6 milhões.  “Criar uma boa expectativa de preços é fundamental e deve haver uma grande sinergia e muita eficácia na aplicação de todos os recursos públicos, os provenientes de financiamento e o próprio investimento de produtor; a questão é que articulando muito bem qualquer esquema em médio prazo, podemos estar recuperando a produtividade e a qualidade”, analisou Gabriel Berrera Nader, coordenador executivo da Associação Mexicana da Cadeia Produtiva de Café (Amecafé). 

Nader previu que já no próximo ano acontecerão os primeiros resultados da renovação dos cafezais plantados há quatro anos, o que deve aumentar em 10 a 15% a safra mexicana. 

As informações foram divulgadas pelo site mexicano El Financiero. 
Fonte: Notícias Agrícolas // Talita Benegra

sábado, 21 de junho de 2014

Agricultura oficializa como livres da aftosa áreas reconhecidas pela OIE


Com o reconhecimento, 23 estados brasileiros e o Distrito Federal passam a ter o status internacional de áreas livres de aftosa com vacinação

POR AGÊNCIA BRASIL
criacao_pecuaria_boi_nelore_amazonia (Foto: Ernesto Souza / Ed. Globo)
O objetivo é que todo o território brasileiro seja decretado pela OIE livre da doença (Foto: Ernesto Souza / Ed. Globo)

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento formalizou, por meio de instrução normativa publicada no Diário Oficial da União, o reconhecimento do norte do Pará e dos estados de Alagoas, do Ceará, Maranhão, da Paraíba, de Pernambuco, do Piauí e Rio Grande do Norte como áreas livres da febre aftosa.
Os estados haviam recebido certificado da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) no dia 29 de maio. No ano passado, essas regiões já haviam recebido o reconhecimento nacional de erradicação da doença.
A oficialização foi terça-feira (17/6), mas foi divulgada apenas ontem (18/6) pelo ministério. A instrução normativa também concede o status de risco médio para a doença às cidades paraenses de Afuá, Breves, Faro, Gurupá, Melgaço e Terra Santa e partes dos municípios de Chaves e Juruti.
Segundo o ministério, com o reconhecimento da OIE, 23 estados brasileiros e o Distrito Federal passam a ter o status internacional de áreas livres de aftosa com vacinação. O estado de Santa Catarina é o único a ser considerado livre da doença sem necessidade de vacinação.
Ainda falta certificar os estados do Amapá, Amazonas e de Roraima para que a aftosa seja considerada erradicada em todo o país.
Segundo a assessoria de comunicação do Ministério da Agricultura, a expectativa é conceder o reconhecimento nacional aos três estados no ano que vem. Em seguida, será solicitada a certificação internacional. O objetivo é que todo o território brasileiro seja decretado pela OIE livre da doença.
GLOBO RURAL

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Controle biológico contribui para melhoria da qualidade e sustentabilidade do café brasileiro


Consórcio Pesquisa Café identifica fungo antagônico que combate fungos prejudiciais à qualidade do café e permite patenteamento de produto biotecnológico
A pesquisa cafeeira, atenta à necessidade crescente de desenvolver produtos mais saudáveis e com menos interferência no equilíbrio do meio ambiente, investe há décadas também em soluções naturais, como o controle biológico, para combater doenças e pragas que afetam as lavouras. Como parte de trabalho de mais de 20 anos de pesquisa, foi descoberto no cafeeiro o fungo Cladosporium cladosporioides, que possui propriedades biofungicidas que combatem outros fungos que deterioram o café, atribuindo à bebida boa qualidade e valorizando o produto. A pesquisa é desenvolvida pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais – Epamig, em parceria com a Universidade Federal de Lavras – Ufla, e conta com apoio do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café, e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – Fapemig.
Essa descoberta gerou um produto biotecnológico cuja patente foi depositada pela Epamig em 2004 e está disponível para firmar parcerias de transferência da tecnologia com empresas tradicionalmente produtoras e vendedoras de defensivos. A tecnologia se refere a métodos de multiplicação e conservação do Cladosporium cladosporioides para utilização no campo como agente bioprotetor. E, ainda, permite o uso na produção industrial de enzimas, utilizadas em diferentes processos de proteção da qualidade do café.
Para saber do desenvolvimento desse trabalho, seus desdobramentos e perspectivas, a Embrapa Café entrevistou a coordenadora do estudo, Sara Maria Chalfoun, doutora em Fitotecnia e pesquisadora da Unidade Sul de Minas da Epamig. Sara é também colaboradora, bolsista e professora voluntária em instituições como Fapemig, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café – INCT Café e Ufla. Seus trabalhos contemplam as áreas de fitossanidade, microbiologia e inovação tecnológica visando à qualidade do café.
Embrapa Café: Como foi o processo de identificação do fungo e o que representa essa descoberta? Em que projeto e a partir de quando iniciaram as pesquisas desse produto de controle biológico?
Sara Chalfoun: O fungo foi identificado ao se estudar o papel de microrganismos associados aos frutos e grãos de café em relação à qualidade. Quando falamos qualidade, pensamos não só nas características sensoriais do café, mas também nas características de segurança. Por ocasião do início das pesquisas, tínhamos uma preocupação especial com os fungos produtores de ocratoxina A (micotoxina). Observou-se que quando um fungo (identificado como Cladosporium cladosporioides Fres. De Vries) encontrava-se associado aos frutos de café ainda na planta, outros fungos comprovadamente prejudiciais à qualidade não se desenvolviam. As primeiras observações foram efetuadas em 1989 e as pesquisas relacionadas à possibilidade de multiplicação do fungo para aplicação no campo iniciaram-se em 2007, quando o projeto visando ao desenvolvimento de processo de obtenção de produto à base do microrganismo foi selecionado pelo Programa de Incentivo à Inovação da Ufla, do Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado Ciência e Tecnologia e Ensino Superior.
Embrapa Café: Quais as parcerias (entidades e equipe técnica) e os recursos envolvidos desde o início da pesquisa?
Sara Chalfoun: Várias parcerias foram estabelecidas e uma biofábrica foi equipada. Entre as parcerias, pode-se citar, além da Fapemig e da Ufla, o Polo de Excelência do Café, o INCT Café e o CNPq. Essas instituições forneceram recursos necessários e estrutura física de equipamentos e pessoal (bolsistas de graduação, mestrado e doutorado).
Embrapa Café: Em condições naturais, onde, como e quando o fungo se instala no grão e como pode ser preservado? Quais microorganismos combate e de que forma?
Sara Chalfoun: O fungo ocorre naturalmente sobre os frutos que permanecem na planta após a maturação. Pode ser preservado selecionando-se, entre os fungicidas recomendados para o controle fitossanitário de doenças que ocorrem durante o ciclo da cultura, os que possuam efeito seletivo sobre o fungo C. cladosporioides, que desejamos preservar. Os microrganismos que esse fungo controla são relacionados com a deterioração da qualidade dos frutos, como os fungos dos gêneros Fusarium, Penicillium, Aspegillus, entre outros. As formas de controle são hiperparasitismo e antibiose. O hiperparasitismo consiste no desenvolvimento do fungo C.cladosporioides sobre os fungos que ocorrem associados aos frutos de café citados anteriormente, limitando o seu desenvolvimento. A antibiose consiste na produção de metabólitos que reduzem o desenvolvimento desses mesmos fungos.
Embrapa Café: Em laboratório, como foi isolado e é manipulado? Há multiplicação em larga escala desse fungo?
Sara Chalfoun: Em laboratório, o fungo é isolado de frutos de café, identificado e mantido em coleção fúngica. A multiplicação não é feita em larga escala porque a estrutura da biofábrica não comporta, sendo fabricados pequenos lotes do produto para fins experimentais.
Embrapa Café: Além do ambiente de laboratório, onde e como os estudos foram e estão sendo desenvolvidos em regime de teste e quais as principais conclusões até o momento? Na prática, quando e como é inoculado o fungo? É pulverizado na lavoura ou durante o processamento, antes da colheita ou no pós-colheita? Qual a quantidade aplicada por grão ou frutos/hectare?
Sara Chalfoun: As primeiras constatações sobre a ação bioprotetora do fungo foram efetuadas em observações no campo, ou seja, em áreas em que o fungo predominava em frutos colhidos e processados, o que propiciava a produção de cafés de melhor qualidade em relação aos cafés obtidos de frutos em locais onde o fungo não ocorria. As conclusões até o momento apontam que o fungo C cladosporioides, por sua ação antagônica, controla os fungos deterioradores da qualidade do café que incidem nos frutos e permanecem na planta após atingirem o estádio de completa maturação. Tal fato ocorre, já que incidem sucessivas floradas e o ponto de colheita é definido como aquele no qual há o máximo de frutos no estádio ideal de colheita (popularmente conhecido como cereja), com uma porcentagem mínima de verdes e sem que os frutos que amadurecem primeiro, ou seja, os resultantes das primeiras floradas, não tenham caído. Dessa forma, uma parcela variável de frutos ultrapassa o ponto ideal de maturação para colheita, permanecendo nas plantas. Passado o ponto de máxima maturação, os frutos entram na fase de senescência (envelhecimento), na qual suas defesas naturais contra os fungos deterioradores da qualidade decrescem. Dessa forma, a introdução do fungo C cladosporioides onde, por qualquer circunstância, deixou de ocorrer ou teve sua ocorrência reduzida, pode resultar em preservação da qualidade dessa parcela de frutos em até 15% do total de frutos produzidos. A aplicação do produto biológico deve ser efetuada no início da maturação dos frutos e repetida 30- 45 dias após. A concentração recomendada é de 2kg ou 2L/ha.
Embrapa Café: Quais as características benéficas do fungo para o café? E para a qualidade sensorial bebida, a preservação do meio ambiente, a segurança alimentar do consumidor e a segurança do trabalhador que irá manipulá-lo durante aplicação?
Sara Chalfoun: As características benéficas do fungo são aquelas resultantes de sua ação antagônica em relação aos fungos deterioradores da qualidade sensorial da bebida e fungos produtores de ocratoxina A, podendo-se citar ainda a segurança alimentar e o fato de ser boa alternativa de controle biológico. Com relação aos aplicadores, embora se recomende a utilização de equipamentos de segurança, os riscos que oferecem são mínimos em comparação aos produtos de síntese química.
Embrapa Café: Em que consiste o bioproduto originário do fungo e como está o processo de registro comercial para aplicações em lavouras? Quem é o titular da patente e como será feita a negociação com eventuais parcerias?
Sara Chalfoun: Existem duas formulações: uma em pó e outra líquida. O registro temporário (RET) para a formulação em pó já foi obtido nos órgãos competentes. Os titulares da patente são Epamig, Ufla, Fapemig e os inventores: eu, o professor da Ufla Carlos José Pimenta e o doutorando (na época da formulação do produto) Marcelo Cláudio Pereira. A negociação, que encontra-se em aberto, será sob a forma de licenciamento.
Embrapa Café: Qual o perfil de empresa que poderá ter interesse comercial no licenciamento desse bioproduto?
Sara Chalfoun: Empresas tradicionalmente produtoras e vendedoras de defensivos químicos estão introduzindo linha de produtos biológicos para atender demanda de parcela crescente de consumidores preocupados com os riscos representados pelo uso contínuo de produtos químicos. Dessa forma, várias delas apresentam perfil para o licenciamento da tecnologia.
Embrapa Café: A partir desse estudo, houve desdobramentos para novas ações de pesquisa? Em caso afirmativo, poderia citá-las e explicá-las, incluindo resultados, se houver?  Quais os parceiros envolvidos?
Sara Chalfoun: A partir desse estudo, aproveitando a estrutura física já existente, propôs-se novas linhas de pesquisa e desenvolvimento de produtos de origem biológica com diferentes aplicações, tais como aceleração da desmucilagem do café, solubilização de fosfato, biorremediação, entre outros. Os parceiros envolvidos são INCT-Café, Polo de Excelência do Café - ambos sediados no Centro de Inovação do Café, na Ufla -, CNPq, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes e Fapemig.
Embrapa Café: Comente outros desafios, com relação à qualidade do café brasileiro, que são apresentados às instituições de pesquisa e extensão. Sara Chalfoun: Os desafios consistem em oferecer alternativas econômicas e sustentáveis para que o Brasil se torne, além de um país produtor de grande quantidade de café, também de café de reconhecida qualidade, o que já vem ocorrendo graças aos avanços da pesquisa. Nesse aspecto, para se avançar ainda mais, é necessária a inclusão dos cafeicultores de economia familiar dentro do mercado de café de qualidade. Nesse ponto, há um grande trabalho a ser realizado pela pesquisa e extensão para adaptar as tecnologias à pequena escala de produção, realizar pesquisa de modelos de gerenciamento das propriedades rurais visando à excelência no funcionamento, organizar produtores em associações que forneçam orientações desde práticas agrícolas até a comercialização do produto final e fomentar estreita atuação da extensão nas atividades de informação e capacitação dos produtores visando à adoção das medidas e modelos preconizados pela pesquisa. Deve-se ressaltar que todo esse esforço da pesquisa e extensão deve ser acompanhado de política de contínua valorização do café de qualidade, nem sempre presente no inconstante movimento comercial dessa commodity.
Embrapa Café: Além desses estudos, que outro (s) destacaria no qual esteja envolvida no âmbito do Consórcio Pesquisa Café?
Sara Chalfoun: Estamos envolvidos em projeto que visa à inclusão dos produtores de economia familiar nos mercados de café de qualidade por meio da informação e da qualificação. É um desafio colocado para as instituições participantes especificamente do projeto em questão - como Epamig, Emater, UFA, IAC entre outras – e, de uma maneira geral, para a pesquisa e extensão no Brasil, considerando que a cafeicultura de economia familiar perfaz expressivo contingente da cafeicultura brasileira que apresenta grande potencial de crescimento. Esse projeto foi precedido por outros financiados pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA)/CNPq que permitiram a organização de produtores de economia familiar em torno de uma Unidade Comunitária de Processamento de Café. Esses produtores se organizaram em associação de cafeicultores no município de Santo Antonio do Amparo, Minas Gerais. Importantes conquistas já foram obtidas com esse modelo de pesquisa, que constou de pesquisa/ação por meio da qual os produtores adotaram programas de Boas Práticas Agrícolas e de Pós-Colheita. Eles conseguiram produzir, por dois anos consecutivos, lotes homogêneos de café de excelente qualidade e comercializá-los diretamente com excelentes ágios. Por ocasião do início da pesquisa, a maioria dos produtores comercializava seu café separadamente, por meio de intermediários locais. Torna-se necessário consolidar os resultados obtidos e replicar e adaptar o modelo para a cafeicultura de economia familiar distribuída no extenso parque cafeeiro nacional, a fim de que esse importante extrato da cafeicultura passe a contribuir para o abastecimento interno e externo com produto de excelente qualidade.
Embrapa Café: A respeito do Consórcio Pesquisa Café, de que forma acredita que tem contribuído para o trabalho da Epamig e parceiros e para a cafeicultura brasileira?
Sara Chalfoun: O Consórcio Pesquisa Café é um arranjo que beneficia a Epamig e demais consorciadas, uma vez que permite pensar a cafeicultura como um tema nacional, eliminando as fronteiras entre estados e instituições envolvidas, articulando as equipes de pesquisadores, professores, extensionistas e administradores da pesquisa. Passamos a atuar em torno do avanço científico e tecnológico da cafeicultura brasileira, e não separadamente como a cafeicultura de Minas Gerais, do Paraná, de São Paulo, do Espírito Santo e assim por diante. Além dos benefícios sobre a racionalização dos esforços e recursos aplicados, é um incontestável exemplo de organização e harmonização de um setor em torno de um interesse comum. A despeito das dificuldades inerentes à execução de um arranjo dessa natureza, sua virtuosidade em mais de uma década de atuação já o qualifica como um caso de sucesso na gestão e execução de pesquisa, transferência de tecnologia e inovação.

Gerência de Transferência de Tecnologia
Texto: Flávia Bessa – MTb 4469/DF
Fone: (61) 3448-1927
Sites: www.embrapa.br/cafe www.consorciopesquisacafe.com.br

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Café: Arábica opera com pequenas quedas em NY para primeiros contratos


O café arábica opera em baixa nesta quinta-feira (19) na Bolsa de Nova Iorque (Ice Futures US). Os contratos com vencimento próximo perdiam entre 120 e 45 pontos às 10h04. Apesar da queda nas cotações, os fundamentos continuam altistas para a commodity, já que produção no Brasil - país que fornece 1/3 do café consumido no mundo - foi severamente afetada pela seca registrada nos três primeiros meses do ano. 

O vencimento julho é negociado a 165,65 centavos de dólar por libra-peso, com queda de 120 pontos. O contrato setembro vale 168,85 cents / libra-peso, com queda de 100 pontos. O contrato dezembro se mantém em 172,30 cents, perdendo 110 pontos e o março / 2015 é negociado a 176,20 cents / libra-peso, perdendo 45 pontos. 

Consumidor paga mais pelo café nos EUA

Apesar do recuo nas cotações do arábica na Bolsa de Nova Iorque nos últimos dias, o café vendido nas cafeterias e supermercados dos Estados Unidos continuam subindo. No início deste mês, a empresa norte-americana J.M. Smucker, fornecedora de importantes redes e marcas como a Dunkin’ Donuts e Folgers (bastante popular nos supermercados dos EUA) anunciou uma alta de 9% no seu café. Grandes cafeterias norte-americanas como a Starbucks informam que estão segurando o repasse das altas para seus consumidores finais. 

Aqui no Brasil, cafeicultores das principais regiões produtoras afirmam que o rendimento de seu café está baixo e alguns precisam entre 600 a 1.100 litros de café para encher uma saca de 60 kg, quando o normal é entrr 420 e 500 litros. A estiagem que tomou conta do país no verão, estação que costuma ser chuvosa, fez com que os grãos ficassem chochos e pequenos, portanto, com menor rendimento.  

Fonte: Notícias Agrícolas // Fernanda Bellei

Sancionada lei para renegociação da Dívida Ativa

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PARQUE DE EXPOSIÇÕES DE VARGINHA

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ALUGAMOS PARA EVENTOS

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DECLARA SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA E ANORMALIDADE NO ÂMBITO DO MUNICÍPIO DE VARGINHA, ESTADO DE MINAS G

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