sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Conselho Deliberativo de Política Cafeeira anuncia data do edital dos leilões


O Conselho Deliberativo de Política Cafeeira, órgão que reúne o governo e a iniciativa privada do setor, fez reunião nesta quinta-feira (29). Entre vários assuntos, o mais importante foi o anúncio da data do edital dos leilões de opção de venda de café arábica. Confira na reportagem de Ricardo Mignone.








Cresce a cultura de café na Australia


A Austrália passou nos últimos anos por uma mudança radical na cultura de café. O jornal australiano, Sydney Morning Herald, afirma que não há nada mais popular nesse começo do século XXI do que a cultura australiana de café.

A imigração dos europeus depois da Segunda Guerra Mundial e o surgimento do estilo de café europeu criaram uma cultura sólida desse produto. Nesses últimos 30 anos, o consumo de café na Austrália se duplicou, passando de 1,2 quilos per capita para 2,6 quilos e mais de 1 bilhão de xícaras de café são consumidas a cada ano, o que representa um aumento de 65% nos últimos 10 anos.

Além disso, na última década, a cultura do café evoluiu radicalmente. Os australianos mudaram a maneira de consumir o café e esse produto se tornou um estilo de vida, mas também, os “cafés” estão na moda e as pessoas gostam de provar café original e especial. 

A nível de consumo, o café moído tem crescido muito em popularidade nesses últimos cinco anos, devido ao fato de as pessoas estarem buscando em casa a qualidade e o estilo de café que tomam nas cafeterias.

Consequentemente, o mercado se tornou muito sofisticado e competitivo, especialmente nas cidades principais, como Sydney e Melbourne (Brisbane em terceiro lugar). Atualmente, as pessoas compram muito mais café moído e em cápsula que café instantâneo.

Em resumo, há um aumento significativo do mercado de café puro, torrado e moído, e, no ano de 2012-13 o mercado de café foi estimado em um valor de US$ 900 milhões.

Os australianos passaram a ser conhecedores e têm gostos específicos. Esses fatores repercutem obviamente na demanda de café e é assim que os importadores buscam cafés que satisfaçam ao seus paladares. "A cultura australiana valoriza bons cafés - com origem - e os apreciam em geral em ambiente sociais", comenta Tercio Bergoc Borba, diretor executivo da importadora de cafés especiais brasileiros 3Brothers Australia, sediada em Sydney. "Assim como o vinho, os cafés aqui são muitas vezes degustados entre amigos, levando recentemente esta cultura para os lares", enfatiza Tercio. 

As informações dão do Boletim de Comércio Exterior do Equador e da Promotora de Comércio Exterior da Costa Rica, traduzidas e adaptadas pelo CaféPoint.

CaféPoint - O ponto de encontro da cadeia produtiva de café

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Sai regulamento de telefonia fixa para áreas rurais


A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) publicou ontem (27) no Diário Oficial da União o regulamento para a oferta de telefonia fixa nas áreas Rurais, por meio da faixa de 450 megahertz (MHz). O documento fixa as regras básicas para a prestação do Serviço Telefônico Fixo Comutado Destinado ao Público em Geral (STFC) fora da Área de Tarifa Básica (ATB), uma das obrigações impostas pelo governo aos vencedores do leilão de 4G na faixa de 2,5 gigahertz (GHz) realizado em junho do ano passado.
Pelo regulamento, as teles terão de oferecer dois tipos de planos de serviços básicos obrigatórios nas áreas Rurais, um para as localidades situadas a até 30 quilômetros das cidades, e outro para os clientes mais distantes. Os primeiros planos de telefonia fixa rural devem começar a ser oferecidos em setembro de 2014, em 30% do País. A totalidade do território nacional deve ser alcançada até o fim de 2015.
Pré-pago
Ontem, o presidente da Anatel, João Rezende, disse que vê com preocupação a proibição por parte da Justiça do estabelecimento de prazos de validade para os créditos de celular pré-pago. "Isso significa que, caso não vençam os créditos, vamos ter uma base inchada e fictícia, além de gerar impostos". Ele acrescentou que a Procuradoria da Anatel estuda a situação e que vai "defender" a atual resolução. "Se o cliente tiver de ligar para cancelar a linha, vamos ter inclusive uma escassez de números. Quem não usa o telefone em seis meses tem de sair da base."
Fonte: Agência Estado
CNA 

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Governo do Paraná estuda medidas para apoiar cafeicultores Fortes geadas de julho afetaram a produção, que deve gerar prejuízos de R$ 253 milhões aos agricultores no próximo ano


Governo do Estado do Paraná

Foto: Governo do Estado do Paraná
Geada negra afetou as lavouras de café na última semana de julho
O governo do Estado e o governo federal estudam estratégias para socorrer cafeicultores prejudicados pelas fortes geadas do fim de julho. Segundo levantamento da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, haverá redução de pelo menos dois terços do potencial de produção de café na safra 2013/2014.


– Acredito que a manutenção da cafeicultura no Paraná só vai ocorrer se o produtor conseguir acessar tecnologia e para isso ele precisa de linha de crédito mais barata – avaliou o secretário da Agricultura, Norberto Ortigara, que se reuniu na segunda, dia 26, com o secretário nacional da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Valter Bianchini.

Ortiaga defendeu o apoio dos governos federal e estadual à incorporação de tecnologia, com ênfase namecanização da colheita na pequena propriedade, proposta que foi encaminhada pela Câmara Setorial do Café. O produtor estava desestimulado com os baixos preços do café nos últimos 10 anos e enfrenta elevações em seus custos de produção por causa da mão de obra, cada vez mais cara e escassa.

O secretário salientou que a exploração do café nas pequenas propriedades deve estar atrelada a um processo de diversificação, para diluir o risco em casos de perdas por fenômenos climáticos.

Seguro

O diretor do Departamento de Economia Rural (Deral), Francisco Simioni, defendeu a prorrogação de dívidas e liberação de crédito para capital de giro. Outra medida discutida foi sobre a necessidade de adaptação das normas do Seguro da Agricultura Familiar (Seaf), instituído no âmbito do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), para a cultura do café. Segundo Bianchini, que propôs a extensão do Seaf por um período maior, a adequação dessa modalidade de seguro ao ciclo da planta não exige grandes alterações na legislação atual, contudo, é necessário que seja apreciado e votado pelo Conselho Monetário Nacional. 

O presidente da Emater, Rubens Niederheitmann, defende um pacote de medidas com embasamento técnico e apoio financeiro para que o produtor não reduza a área plantada com café. Entre elas, ele apontou a avaliação do Iapar para as regiões onde o cultivo da cultura de café pode sofrer menos com as ocorrências climáticas, a necessidade de manejo de solos e até a irrigação.

Prejuízos em 2014

Segundo o Deral, do volume de café esperado para a safra 2014, de 1,54 milhão de sacas, haverá redução de 62%. A estimativa é de erradicação de cerca de 19% da área cafeeira, o que equivale a 16 mil hectares.

Na avaliação do departamento, a produção de 2014 será reduzida a 582 mil sacas, que provocará prejuízo de R$ 253 milhões aos produtores no próximo ano. As perdas foram intensas em todo o Estado, porém maiores nas regiões Sul e Oeste, onde as geadas foram mais fortes.

O café não é uma das culturas mais expressivas do Paraná em questão de participação no volume de produção nacional. De acordo com o último levantamento da Seab, referente a 2011, o Estado se posicionou como o sexto produtor de café do país, respondendo por 4,16% (110,5 mil toneladas) do total brasileiro, quando a produção foi de 2,6 milhões de toneladas. 

Geada negra

O evento climático que atingiu as culturas agrícolas do Paraná no fim de julho é conhecido como geada negra – um tipo mais nocivo às vegetações em relação à geada branca, que é mais comum. Ela é temida pelos agricultores por congelar a seiva das plantas. Causada por uma associação de muito frio, com temperaturas negativas, e ventos fortes, o fenômeno queima as folhas e resfria o caule das vegetações. A geada branca, por sua vez, compromete apenas a superfície das plantações, causando perdas menos comprometedoras.

– A geada negra acontece quando há um baixo índice de umidade relativa do ar, temperaturas próximas a 0ºC e baixa ou inexistente incidência de chuva. Nesse tipo de ocorrência, a planta fica enegrecida. No inverno, chove pouco no Paraná, e julho deste ano foi um mês mais seco – explica a meteorologista do Instituto Simepar Angela Beatriz Costa.

A geada que atingiu o Sul do país na última semana de julho, durante quatro dias consecutivos, foi considerada a pior desde 2000. A incidência foi generalizada no Paraná e poupou apenas o litoral.

GOVERNO DO PARANÁ
RURALBR AGRICULTURA

Broca volta a ameaçar cultivo de café no país


Não são apenas os atuais baixos preços do café que preocupam os produtores brasileiros. Nas últimas semanas, a falta de um defensivo eficaz e economicamente viável para combater a broca, uma das principais pragas que afetam a cultura, também passou a provocar insônias, que poderão se transformar em prejuízos caso uma alternativa não seja encontrada. E já na próxima safra.

A broca pode ser controlada com inseticidas que contenham o princípio ativo endossulfam, amplamente usado desde os anos 70. Mas, por ser tóxico, sua venda está proibida no país desde o início do mês, segundo resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de agosto de 2010. Depois de três anos, diante da inoperância que gerou o hiato, o mal está livre para atingir 20% da produção nacional na próxima safra (2014/15), conforme o Conselho Nacional do Café (CNC).

Banido em 45 países, o endossulfam estava em uma lista de 14 agrotóxicos submetida à reavaliação da Anvisa por conta de suspeitas de ter causado problemas graves de saúde. O Ministério da Agricultura informa que atualmente há três princípios ativos liberados para combater a broca: extrato de neen, clorpirifós e o etofenproxi. Testados, contudo, suas eficiências deixaram muito a desejar, conforme cafeicultores.

Há quase três semanas, houve uma reunião do Comitê Técnico de Assessoramento para Agrotóxicos, formado pelo Ministério da Agricultura, pela Anvisa e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), para discutir o pleito da Agricultura para que duas outras alternativas ao endossulfam sejam apreciadas: a molécula Ciantraniliprole e outra resultado da combinação entre Clorantraniliprole e Abamectina.

Esses produtos foram desenvolvidos por multinacionais e representam um novo grupo de inseticidas, segundo o pesquisador Júlio César de Souza, da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). Eles são considerados "tarja azul" (toxicidade média a baixa), enquanto o endossulfam é "tarja vermelha" (extremamente tóxico).

Essas moléculas foram testadas por quatro anos e, segundo os técnicos, são eficientes. "É um avanço", diz Souza. Antes do endossulfam, a broca infestava quase 100% das lavouras, lembra o pesquisador. Hoje, o índice é de 3% a 5%. A broca é um besouro cuja fêmea coloca ovos que se transformam em larvas e comem a semente do café, o que provoca perda de peso e qualidade dos frutos.

O pesquisador da Epamig foi um dos responsáveis pelo documento sobre a eficiência agronômica das novas alternativas. A proposta de registro dos dois produtos foi enviada pelo Ministério da Agricultura à Anvisa e ao Ibama há mais de um ano, mas apenas neste mês foi anexado à proposta o documento da Epamig com mais dados técnicos sobre a necessidade da prioridade à análise dos produtos, afirma Carlos Venâncio, chefe da divisão de agrotóxicos do Ministério da Agricultura.

Conforme Venâncio, a Anvisa estava focada na apreciação de produtos para combater a ferrugem da soja e, dado o pequeno número de técnicos da agência, o problema foi criado. A Anvisa informou, porém, que solicitou diversas vezes ao Ministério da Agricultura a indicação de quais seriam os substitutos para combater a broca do café e que só recebeu a resposta no dia 3 de julho.

Em nota, a Anvisa diz que fará a avaliação toxicológica das novas opções. "Todavia, temos que atender à prioridade da ferrugem da soja que foi estabelecida anteriormente pelo Ministério da Agricultura e na qual a nossa equipe está envolvida".

Com a proibição das vendas, serão aceitos como "regulares" resíduos de endossulfam nas culturas que o utilizam (café, cana, algodão e soja) até 31 de julho de 2014. Depois disso, nem resíduos serão mais tolerados. De acordo com a Anvisa, o prazo para a retirada do endossulfam do mercado termina em meados de setembro. Mas poderão restar resíduos de aplicações ainda legais, daí a tolerância até o ano que vem.
"Teremos novamente a broca se proliferando [se as alternativas não forem liberadas]. É inevitável e extremamente grave", disse Silas Brasileiro (foto: Ruy Baron/Valor), presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), que representa cooperativas e associações de cafeicultores. O dirigente diz que o problema poderá piorar diante da atual fase de descapitalização dos produtores em razão da queda das cotações do café, quando trabalhos de manejo também costumam ser prejudicados.

Uma fonte alerta para a "tentação" do produtor de estocar a substância vetada e seguir com aplicações, o que seria péssimo para a imagem do setor. Mas não há sinais de estoques significativos com agricultores ou cooperativas.

Um mercado de 21 milhões de litros – Vendido até 31 de julho e usado nas lavouras de café, cana, algodão e soja, o princípio ativo endossulfam movimentava um mercado estimado em 21 milhões de litros por ano. O produto era comercializado, em média, por R$ 13 o litro no varejo. O Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag) não informa a receita que era gerada pelo ativo, apenas que o valor estava incluído nos US$ 2,944 bilhões gerados por todo o segmento de inseticidas no país em 2011.

A Nufarm, multinacional de capital australiano, comercializava o endossulfam no Brasil e o produzia em uma fábrica no Ceará. Ele representava cerca de 10% do faturamento da empresa no Brasil, de acordo com Valdemar Fischer, presidente da múlti na América Latina. Fischer afirma que houve forte pressão sobre as autoridades regulatórias do Brasil para proibir o princípio ativo e que "infelizmente houve a proibição sem alternativas viáveis dos pontos de vista econômico e técnico". 

A Nufarm encerrou a fabricação do endossulfam no país no ano passado, conforme resolução da Anvisa que previa prazos para uma redução gradativa da produção da substância até o cancelamento total, em 31 de julho. Já era difícil encontrar o produto no mercado no ano passado e, segundo o diretor Luís Henrique Rahmeier, não há mais estoques, pois as três ou quatro empresas fabricantes não queriam correr o risco de ficar com estoque e sem a possibilidade de reexportar o produto.

A unidade industrial da Nufarm que produzia o endossulfam foi readequada para fabricar outros defensivos, cujo mercado total vem crescendo nos últimos anos. A empresa também produz outro produto que pode ser utilizado para o controle da broca, mas ele custa de cinco a seis vezes mais que o endossulfam, com eficiência de aproximadamente 60%, de acordo com Rahmeier.

O custo de duas a três aplicações de endossulfam nas doses recomendadas varia de R$ 100 a R$ 150 por hectare, com 90% de eficiência no controle da broca. "Nenhum produto tem o custo-benefício do endossulfam", afirma. Para ele, o endossulfam tinha grau de controle elevado e, se usado corretamente, é seguro para o ambiente. (CF)


Carine Ferreira

Valor Econômico

CNC

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Cooxupé expande comércio de cafés pela internet

Considerada uma das maiores cooperativas de café do mundo, a Cooxupé está usando a internet para expandir o comércio de seus produtos


Antes restrito às cidades do sul de Minas Gerais e algumas cidades do interior de São Paulo próximas à divisa, a venda agora pode ser feita por meio de uma loja online para as localidades onde chegam correspondências dos Correios, parceiro no negócio. 

O faturamento com as vendas online ainda não foi estimado pela direção da cooperativa, com sede em Guaxupé (MG), mas a expectativa para este ano é que o comércio de café --beneficiamento, comercialização, exportaçãomovimente entre R$ 2,5 bilhões a R$ 3 bilhões. 

Atualmente, a Cooxupé tem 11,6 mil cooperados distribuídos nas regiões do sul de Minas, Cerrado Mineiro, Alto Paranaíba e Vale do Rio Pardo. O faturamento em 2012 foi de R$ 2,2 bilhões e em 2011, R$ 3 bilhões. 

A diferença, segundo o gerente de torrefação Mário Panhota, é explicada pela variação do mercado de café. Em um ano, o preço da saca de 60 kg pode estar bom, mas em outro não, acompanhado das variações na produção. 

PROPAGANDA 

De acordo com ele, a ideia de vender café pela internet surgiu da percepção de que as pessoas que compravam no comércio das cidades do Sul de Minas e do interior de SP, ofereciam os produtos como presentes em localidades de todo o país. 

"Além disso, havia muita propaganda entre os cooperados. Como são muitos, fica fácil fazer propaganda. As pessoas compravam e davam de presente para outras que não tinham como comprar. Então criamos a loja online", disse. 

Em três meses de funcionamento da loja, segundo ele, foram comercializados cerca de 1.200 quilos de café. A expectativa inicial da cooperativa era de que esse valor inicial não ultrapassasse 500 quilos. 

Segundo Panhota, a opção da loja online com entrega pelos Correios evita gastos maiores se fosse distribuir o produto para todo o país. "É uma questão de logística. Hoje é muito difícil distribuir produtos pelo país, seja pelo custo do transporte, seja pelas condições dos modais", afirmou. 

Há cinco meses, a Cooxupé avançou na expansão e passou a vender cafés para redes de supermercados do Estado do Rio de Janeiro. Entre eles estão o Pão de Açúcar, Mundial, Prezunic e Supermarket. A cooperativa também negocia com a rede Guanabara. 

"Os produtos estão em cerca de 200 lojas do Rio de Janeiro [capital] e de cidades da região dos Lagos, como Cabo Frio e Búzios", disse o gerente de torrefação da Cooxupé. "Estamos buscando mais regiões", completou. 

EMPREENDEDORISMO 

Para a professora da FGV Ingrid Paola Stoeckicht, especialista em empreendedorismo social, não é comum cooperativas tomar medidas inovadoras como a abertura de uma loja online para venda dos produtos. 

Segundo ela, a iniciativa quebra modelos tradicionais. "Eles estão mais próximos do consumidor final, e não apenas como distantes fornecedores para uma grande empresa multinacional de café", afirmou. 

De acordo com Ingrid, a iniciativa pode ser replicada por outras instituições. "É uma iniciativa empreendedora e inovadora, uma vez que traz uma nova proposta para um todo", disse. 


Fonte Original: Folha de São Paulo

Venceslau Borlina Filho-

Portal do Agronegócio



CNA

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Mercado cambial gera oscilação na cotação do café Preço do grão apresentou alta volatilidade nas últimas semanas


Bete Duarte/Agencia RBS
Foto: Bete Duarte/Agencia RBS
Café ocupa o quinto lugar no ranking das exportações das commodities agropecuárias
O comportamento dos preços do café nas últimas semanas de alta volatilidade no mercado cambial faz lembrar a máxima pelo ex-ministro da Fazenda, Eugênio Gudin, de que "café é câmbio". A diferença dos anos 50 do século passado para os dias atuais é que houve uma inversão: não é mais o café que influencia a cotação do dólar e sim o câmbio que faz oscilar o preço da rubiácea.

Muitos criticam hoje a chamada "desindustrialização" da balança de comercial, por causa da forte participação das commodities, impulsionada pela voracidade da demanda chinesa por matérias-primas, mas há seis décadas somente o café respondia por mais de 70% das exportações brasileiras.

Atualmente, o café ocupa o quinto lugar no ranking das exportações das commodities agropecuárias, que por sua vez respondem por 43,5% da balança comercial brasileira. O valor das exportações de café neste ano é inferior às receitas dos complexos soja (grãos e derivados), carnes (bovina, suína e de aves), sucroenergético (açúcar e álcool) e de produtos florestais (papel e celulose).

Em virtude da desvalorização do real, as cotações do café na Bolsa de Nova York recuaram por seis pregões seguidos até a última quinta, dia 22, para fechar estável na sexta, dia 23. O Escritório Carvalhaes, tradicional corretora santista, relata em seu boletim que especuladores e compradores em Nova York procuram se apropriar da desvalorização do real, enquanto alguns exportadores reduzem seus preços em dólares, para tentar conquistar novas vendas. Os preços só não recuaram ainda mais no mercado físico brasileiro porque os vendedores retraíram.

O indicador diário de preços do café, calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) reflete a relação do mercado cafeeiro com o câmbio. O valor médio do indicador no acumulado deste mês está em R$ 286,81 a saca de 60 quilos, em queda de 0,5% em relação ao mesmo período do mês passado. No período, enquanto houve queda de 3,9% na cotação do real, os preços do café em dólar caíram 4,2%.

Ao comentar a especulação na bolsa, o Escritório Carvalhaes observa que a movimentação está levando a uma transferência brutal de renda dos cafeicultores brasileiros para as torrefações no exterior.

– A queda contínua das cotações em dólares nas bolsas de futuro e agora a acentuada desvalorização do real, trouxeram o preço do café no Brasil para patamares abaixo do custo de produção até dos cafeicultores mais tecnificados e capitalizados – dizem os corretores.

Segundo eles, o cafeicultor brasileiro de um lado recebe a cada dia menos reais por sua produção e do outro assiste seus custos subirem vertiginosamente. Eles lembram que os fertilizantes, defensivos e equipamentos têm seus preços reajustados por conta da alta do dólar e da percepção de mudança de cenário, enquanto a mão de obra sobe por causa da inflação, que já passa dos 6%.

– O quadro é insustentável – alertam.

Antes de o câmbio ser citado como fundamento para derrubar os preços, a justificativa do mercado era que os estoques de passagem e a safra atual brasileira garantem a disponibilidade de café. A política de sustentação de preços, anunciada pelo governo federal para contrapor as especulações, ainda não teve reflexo no mercado.

Os recursos para financiar o custeio, comercialização e estocagem estão começando a chegar ao campo agora, quando mais de 60% da safra já foi colhida. O lançamento dos leilões de contratos de opções de venda, para retirar do mercado três milhões de sacas de café, caso os preços não reajam, ainda não saiu do papel. 

RURALBR

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Funcafé repassa R$ 957,6 milhões em uma semana



O Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) já repassou aos bancos R$ 957,6 milhões do total de R$ 3,1 bilhões desde o fim da semana passada. Os recursos são utilizados para financiar cafeicultores, cooperativas e torrefadoras.

Fonte: Valor Econômico

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Alemanha compra primeiro lote de café com selo mineiro de certificação


A torrefadora alemã Tchibo, com sede em Hamburgo, é a primeira compradora internacional de cafés arábica com o selo Certifica Minas Café



A torrefadora alemã Tchibo, com sede em Hamburgo, é a primeira compradora internacional de cafés arábica com o selo Certifica Minas Café, criado pelo governo mineiro. O primeiro lote corresponde a 50 mil sacas de 60 quilos e será embarcado em breve por meio de exportadora de Guaxupé, no sul de Minas.

O programa Certifica Minas Café é executado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG) e pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), vinculados à Secretaria estadual de Agricultura. Atualmente existem 1.643 propriedades certificadas e a meta é alcançar 1.750 fazendas de café este ano, informa a secretaria.

O Certifica Minas Café considera um código de conduta para o cumprimento das boas práticas agrícolas. Para conseguir a certificação, é necessário o atendimento de 95 itens, dos quais 37 relativos a ações voltadas à preservação ambiental e 26 sobre produção e conservação dos recursos hídricos nas propriedades.

Fonte Original: Agência Estado.

CNA

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Funcafé fecha com mais seis bancos para transferência de recursos


Mais seis bancos assinaram com o Departamento do Café, vinculado à Secretaria de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, para os repasses das linhas de crédito do Funcafé (Fundo de Economia da Defesa Cafeeira). Os bancos são Banco Original, Bicbanco, Itaú BBA, Rabobank, Ribeirão Preto e Votorantim e as informações foram divulgadas no Diário Oficial desta terça-feira (20). Os outros dois bancos que também já têm seus contratos fechados são o PNB e bancoob. 
Até esse momento, apenas oito dos 26 agentes financeiros que repassam recursos da linha de crédito assinaram contratos. As assinaturas estão "atrasadas" em relação ao ano passado, quando foram efetivadas em meados de junho, quando a colheita ainda estava começando no Brasil. Este ano, os contratos foram fechados com mais da metade da safra já colhida. 
Com os contratos atualmente assinados, o Funcafé traz mais R$ 960,756 milhões dos R$ 3,14 bilhões previstos pelo governo para esta safra. São R$ 445,23 milhões para estocagem, R4 187,589 milhões para custeio e mais R$ 116,261 milhões. 
No total de capital de giro das empresas da cafeicultura, o valor é de R$ 211,633 milhões, sendo R$ 113,179 milhões para cooperativas, R$ 55,2 milhões para torrefação e R$ 43,254 milhões para indústrias de solúvel. 
O contrato do Itaú BBA é de R$ 242,165 milhões, sendo R$ 76,9 milhões para estocagem e R$ 37,523 milhões para aquisições de café. Serão ainda R$ 40 milhões para as torrefações, R$ 16,599 milhões para as indústrias de solúvel e R$ 71,134 milhões para as cooperativas dos recursos para capital de giro. 
O repasse do Votorantim será de R$ 185,739 milhões, sendo R$ 116,462 para estocagem e R$ 56,821 milhões para aquisição. Para capital de giro, o volume será de R$ 7,456 milhões irão para as indústrias de solúvel e R$ 5 milhões para as torrefações.
No caso do Rabobank, o contrato é de R$ 95,708 milhões do Funcafé, sendo R$ 46 milhões para estocagem; R$ 22,514 milhões para aquisição de café e R$ 27,049 milhões para custeio. 
O Banco Original deverá repassar R$ 12,901 milhões do Funcafé, sendo R$ 8,665 milhões para estocagem, R$ 12,707 milhões para aquisição de café e R$ 8,677 milhões para custeio das lavouras. O Original também repassará R$ 5 milhões para capital de giro das torrefações e R$ 12,901 milhões das cooperativas de produção.
O repasse do Bicbanco será de R$ 72,080 milhões, sendo R$ 29,566 milhões para estocagem e R$ 13,937 milhões para aquisição de café. Do volume destinado para capital de giro, serão destinados R$ 14,567 para indústrias de solúvel; R$ 5 milhões para torrefação e R$ 10,010 milhões para cooperativas de produção.
No caso do Banco Ribeirão Preto, o contrato é de R$ 20,111 milhões, sendo R$ 8,790 milhões para estocagem; R$ 4,236 milhões para aquisição café; R$ 2,603 milhões para custeio e R$ 4,482 milhões para capital de giro das indústrias de solúvel.

Confira, abaixo, tabela com a destinação dos recursos do Funcafé, na safra 2013, até agora.


 
Fonte: Notícias Agrícolas // 

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Café: Apenas dois bancos firmam contratos para transferência do Funcafé


 

Com mais da metade da safra de café já colhida, produtores ainda encontram dificuldades para ter acesso às linhas de crédito do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). Dentre os 27 agentes financeiros que operam essa linha, apenas os Bancos Cooperativo do Brasil (Bancoob) e o BPN Brasil assinaram contratos com o governo e estão aptos a iniciar o repasse dos recursos.
O Bancoob irá repassar R$ 261,36 milhões, sendo que R$ 129,98 milhões será para estocagem, R$ 25,414 milhões à compra de café por torrefações e exportadores, R$ 77,282 milhões ao custeio das lavouras e R$ 18,684 milhões ao financiamento de capital de giro das cooperativas. O BPN Brasil vai transferir no total R$ 42,503 milhões – R$ 22,566 milhões para estocagem e R$ 13,937 milhões à aquisições de café.
O programa do Funcafé para esta safra, que já será liberado mais tarde do que em 2012, prevê a liberação de R$ 3,14 bilhões, sendo R$ 1,140 bilhão para estocagem. A linha de crédito para capital de giro das empresas do setor contará com R$ 800 milhões, R$ 450 milhões para cooperativas, R$ 200 milhões a torrefações e R$ 150 milhões a indústrias de café solúvel.
Para custeio, o montante é de R$ 650 milhões. Outros R$ 500 milhões serão liberados para aquisição de café. As operações de hedge em bolsa contarão com R$ 50 milhões e a recuperação de cafezais, com R$ 20 milhões. A maioria das linhas de crédito do Funcafé tem juros de 5,5% ao ano, mas apenas no financiamento para capital de giro, a taxa é de 6,5% ao ano. 
No caso do financiamento de estocagem, o limite de crédito é de R$ 1 milhão, com vencimento da operação em seis meses, não podendo passar de 30 de abril do ano seguinte ao da colheita para pagamento de pelo menos metade do valor financiado. A segunda parcela vence em 12 meses, não podendo exceder 31 de outubro.
Para adquirir o Financiamento para Aquisição de Café (FAC), destinado a torrefadoras, indústrias de café solúvel, beneficiadores, exportadores e cooperativas de cafeicultores, a linha de crédito prevê que o café não pode ser comprado abaixo do preço mínimo de R$ 307/sc, considerados ágios e deságios em relação à qualidade do produto, como já pré-estabelecido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O limite de crédito por beneficiário é de 50% da capacidade anual de beneficiamento ou industrialização, limitado a R$ 40 milhões, no período de contratação que vai até 30 de dezembro e o pagamento deve ser feito em duas parcelas, de seis e 12 meses. A linha de crédito para financiamento de capital de giro tem limite de R$ 5 milhões para as indústrias de torrefação e de café solúvel.
Para as cooperativas de produção, o limite corresponde a até 25% do volume de cafés recebido a cada safra, multiplicado pelo preço mínimo vigente, não podendo passar o teto de R$ 50 milhões. O período de contratação vai até 30 de novembro para as indústrias, e até março para cooperativas. O prazo de reembolso é de dois anos, com seis meses de carência.

>> Ouça aqui a entrevista do superintendente da Cooparaíso, Francisco Ourique.

Fonte: Notícias Agrícolas //

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Paraná teve prejuízo de R$ 1,2 bi com geadas


As geadas que caíram sobre o Paraná em 23 e 24 de julho provocaram prejuízo de 2 milhões de toneladas de Milho, trigo e café no Estado


As geadas que caíram sobre o Paraná em 23 e 24 de julho provocaram prejuízo de 2 milhões de toneladas de Milho, trigo e café no Estado, equivalente a R$ 1,2 bilhão, segundo a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab). O prejuízo também atingiu a produção de hortaliças e 57 mil toneladas de café.

Panorama Econômico

O Estado de S. Paulo

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Café tem alta em NY com previsão de clima frio no Brasil


Previsões de temperaturas baixas nas regiões de cultivo do Brasil, maior produtor mundial, impulsionaram os preços do café arábica ontem na Bolsa de Nova York


Previsões de temperaturas baixas nas regiões de cultivo do Brasil, maior produtor mundial, impulsionaram os preços do café arábica ontem na Bolsa de Nova York. O contrato com vencimento em setembro subiu 1,7% e fechou a 122,65 centavos de dólar por libra-peso. A alta só não foi mais acentuada porque a meteorologia afastou o risco de geadas nas principais áreas produtoras. Mesmo assim, previsões de clima frio deixam o mercado mais apreensivo, segundo analistas. Em julho, o arábi­ca atingiu 134 centavos de dólar por libra-peso com a queda de temperatura no Brasil, mas re­verteu a alta com a ausência de geadas nas re­giões produtoras. 

Questões climáticas também sustentaram o cacau, que fechou com valorização de 1,15%. A Costa do Marfim, maior produtor mundial da commodity, registra tempo seco e quente, e muitos investidores temem que a Estiagem compro­meta o rendimento e a qualidade da safra prin­cipal, que começa a ser colhida em outubro. 

Na Bolsa de Chicago, o Milho subiu 1,8% e recuperou parte da forte perda de 3,6% na ter­ça-feira. Muitos participantes consideraram a queda exagerada e aproveitaram os preços bai­xos para comprar contratos, apesar da expecta­tiva de uma safra recorde este ano nos Estados Unidos. Já a Soja fechou em alta de 0,9%, com a previsão de clima seco no Meio-Oeste dos EUA nos próximos dias, quando boa parte das plantações estará em importante fase de desen­volvimento. Um clima desfavorável pode redu­zir o potencial de rendimento das lavouras.

Angelo Ikeda

O Estado de S. Paulo

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Geada de julho afeta apenas 5% das lavouras e produção deve ser recorde no Paraná Prejuízos nas culturas de café, trigo e milho safrinha somam R$ 1,26 bilhão. Volume de grãos deve ficar em cerca de 36,3 milhões de toneladas


Seab
Foto: Seab
Cultura mais afetada foi o café, que terá produção comprometida apenas em 2014

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab) divulgou nesta quarta, dia 14, um boletim com os efeitos da geada que atingiu o Estado, durante quatro dias,  na última semana de julho. Apesar de ser considerada a mais agravante dos últimos 13 anos, a geada negra –  um tipo mais nocivo às vegetações – reduziu a estimativa da safra de grãos em 5%, mantendo a previsão de produção recorde no Paraná.

O clima chuvoso em junho aliado às fortes geadas de julho causaram prejuízos de
R$ 1,26 bilhão. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Seab, o maior estrago foi identificado na cultura do café, que teve comprometido cerca de 62% das lavouras para a safra de 2014.  A geada reduziu a produção das lavouras de trigo em 33% e das plantações da segunda safra de milho, em 8%. Outro fator que influenciou parcialmente nos números foi a seca de abril a maio.

Os agricultores paranaenses esperavam colher mais de 38,3 milhões de toneladas de grãos, somadas as três safras – de verão, outono/inverno e de inverno. Na avaliação do Deral, devido às geadas, esse valor deve ficar em cerca de 36,3 milhões de toneladas. 

– Teremos redução de cerca de 5% do estimado. Mesmo assim, ainda teremos a maior produção da história do Estado. Neste ano, programa de subvenção foi ampliado para 29 culturas. Isso deverá amenizar parte do impacto financeiro dessas perdas –  informou o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.

Café

A safra 2013 do café, estimada 1,7 milhão de sacas, não deverá ter prejuízos significativos em função das geadas. Segundo o diretor do Deral, o economista Francisco Carlos Simioni, explica que, do volume esperado para a safra 2014, de 1,54 milhão de sacas, haverá redução de 62%. A estimativa é de erradicação de cerca de 19% da área cafeeira, o que equivale a 16 mil hectares.

Na avaliação do Deral, a produção de 2014 será reduzida a 582 mil sacas, que provocará prejuízo de R$ 253 milhões aos produtores no próximo ano. As perdas foram intensas em todo o Estado, porém maiores nas regiões Sul e Oeste, onde as geadas foram mais fortes.

De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea),  quanto à remuneração, alguns cafeicultores comentam sobre a possibilidade de deixarem de produzir o grão nos próximos anos, caso não haja recuperação nos preços. De acordo com boletim do Cepea, na parcial de julho de 2013, a média dos valores do café tipo arábica, variedade predominante no Estado, foi quase 30% inferior à de julho de 2012 – tornando a cultura menos atrativa em comparação a outras atividades desenvolvidas na região, como soja e milho. 

Para reparar os danos provocados pela rigorosa semana de inverno, um estudo elaborado por cooperativas em conjunto com o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e o Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-PR) foi encaminhado ao secretário da Agricultura do Estado.

– O trabalho prevê um plano de adaptação à tecnologia do café voltado à realidade atual, que certamente passará pela mecanização – afirmou o gerente da Câmara Setorial do Café, Walter Ferreira de Lima. Ele enfatizou a necessidade de levar solução para os 12 mil cafeicultores do Estado, dos quais 90% são agricultores familiares.

O estudo sobre a mecanização leva em conta o preço baixo do café no mercado e a necessidade do agricultor reduzir custos com mão-de-obra. Ortigara deve encaminhar pedidos de auxílio ao governo federal, como linhas de crédito e apoio para a erradicação das lavouras velhas e incremento da mecanização, se essa for a necessidade apontada pela pesquisa. 

O café não é uma das culturas mais expressivas do Paraná em questão de participação no volume de produção nacional. De acordo com o último levantamento da Seab, referente a 2011, o Estado se posicionou como o sexto produtor de café do país, respondendo por 4,16% (110,5 mil toneladas) do total brasileiro, quando a produção foi de 2,6 milhões de toneladas. 

Trigo

O trigo paranaense encontrava-se praticamente com a totalidade da safra plantada até 22 de julho. Da área, 47% da plantação estava germinando ou em desenvolvimento vegetativo, fases não suscetíveis a geadas. 

– O restante das áreas, 53% do total, estava em floração, frutificação ou começo de maturação. Nestas lavouras houve danos significativos – afirma Simioni. O prejuízo aos produtores, considerando os preços de mercado, está estimado em R$ 728,8 milhões.

Pelos números levantados pelos técnicos do Deral, estima-se que 954 mil toneladas de trigo serão perdidas principalmente em função das geadas. Também a seca ocorrida em maio, e as doenças ocasionadas pelo excesso de chuva em junho, prejudicaram parte da cultura. Com isso, a produção paranaense de trigo terá redução de 33% em relação à previsão de 1,94 milhão de toneladas. 

– Das áreas já colhidas no Estado, ainda que representem 1%, os principais limitadores até então foram as doenças fúngicas, e não as geadas – diz Simioni.

As principais perdas da cultura do trigo estão concentradas nas regiões de Cascavel, Campo Mourão, Ivaiporã e Apucarana. Essas áreas somadas representam 60% do total atingido. Tais perdas restringiram a disponibilidade interna esperada pelos compradores para agosto, afetando os preços. Além da oferta restrita, a alta do dólar também contribuiu para o encarecimento do custo de produção de farinha nos moinhos, que atualmente tem buscado matéria-prima, principalmente, no mercado norte-americano.

No dia anterior às geadas, 22 e 23 de julho, o preço médio praticado naquele período estava em R$ 42,06 para a saca de 60 quilos. Na cotação de terça, dia13, a saca estava cotada em R$ 45,39. Este incremento de 8% nos preços fazem da cotação atual o recorde nominal da pesquisa.

O cereal é uma das culturas mais importantes do Estado, com alta colaboração para a produção brasileira. Paraná e Rio Grande do Sul revezam-se em primeiro e segundo lugar na colheita dos últimos anos, gerando quase 90% do volume nacional de trigo. Em 2011, o Estado correspondeu por 42,93% da produção brasileira, quando produziu 2,45 milhões de toneladas das 5,69 milhões de ton de todo o país. 

Milho

Diferente do trigo, os danos causados na lavoura de milho pela geada de julho foram menos significativos. A maior parte das plantações de milho estava na fase de maturação, e apenas 25% das lavouras no campo, cerca de 388 mil hectares, na etapa mais suscetível ao efeito das baixas temperaturas. O agricultor que optou em plantar o milho mais tarde foi mais afetado, com parte do potencial produtivo da lavoura comprometido principalmente na região Norte do Estado.

Na avaliação do Deral estima-se que 960 mil toneladas da segunda safra 2012/2013 de milho serão perdidas em função das variações climáticas, deixando prejuízo estimado de R$ 278 milhões aos agricultores. Isso inclui as geadas, a estiagem e as doenças ocasionadas pelo excesso de chuvas em junho. Com isso a produção paranaense do milho safrinha, atualmente estimada em 10,6 milhões de toneladas, teve perda de 8% em relação ao potencial produtivo que era de 11,6 milhões de toneladas.

As regiões mais atingidas na cultura do milho ocorreram em Londrina, Jacarezinho e Cornélio Procópio, com mais de 20% de redução em relação a produção inicialmente estimada. As três regiões respondem por 24% da área semeada no Estado. Ainda segundo o levantamento dos técnicos do Deral o que mais preocupa os agricultores paranaenses é a baixa qualidade do produto colhido, principalmente no Oeste do Paraná.

As chuvas ocorridas no mês de junho comprometeram a qualidade nas regiões de plantio mais precoce, contribuindo para aumento de doenças foliares em áreas de plantio mais tardio. Apesar da redução prevista, a produção de milho segunda safra continua sendo a maior da história do Estado.

O Paraná é líder na produção brasileira de milho, correspondendo a 23% do total produzido na safra 2011/2012, quando colheu 16,59 milhões de toneladas. O Estado deve manter a liderança produtiva em 2013, conforme perspectiva divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na primeira semana de agosto. A estimativa é de que a primeira safra seja de sete milhões de toneladas. Conforme a projeção, a participação do Paraná corresponderá a 19,5% da produção nacional, que deve ser de 35,7 milhões de toneladas do grão.

Seguro rural

As regras de subvenção ao prêmio do seguro rural variam de acordo com a cultura. O governo do Estado subvenciona 50% do que cabe ao produtor. No caso do milho da segunda safra, trigo e demais grãos, o governo federal paga até 70% do valor do prêmio e o governo paranaense arca com 15% do valor do prêmio, ou seja, metade do que compete ao produtor pagar. No café, o governo federal paga 40% e o estadual contribui com 30%, restando ao produtor pagar 30%.

Até 2011, a subvenção ao prêmio de seguro rural amparava apenas o milho da segunda safra, o trigo nas modalidades sequeiro e irrigado e o café. Agora, está sendo ampliada para amparar mais 26 culturas, além da pecuária.

RURALBR

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Pesquisas avaliam o trabalho nas lavouras do café sob a perspectiva da biomecânica


 



O Brasil é o maior produtor mundial de café e também um dos mais importantes geradores de conhecimentos sobre a cafeicultura, porém, os temas de pesquisas são geralmente avaliados sob perspectivas técnicas, agronômicas, econômicas ou ambientais


O Brasil é o maior produtor mundial de café e também um dos mais importantes geradores de conhecimentos sobre a cafeicultura, porém, os temas de pesquisas são geralmente avaliados sob perspectivas técnicas, agronômicas, econômicas ou ambientais. Tese defendida na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), pelo professor da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Marco Antônio Gomes Barbosa, inova ao apresentar um raio-x do trabalho nas lavouras de café, identificando características da carga física de trabalho, sob uma perspectiva ergonômica. 

O trabalho nas lavouras cafeeiras é caracterizado pela reunião de atividades variáveis, em geral, árduas, executadas em posturas inconvenientes, com grandes forças musculares, além do ambiente desfavorável, podendo apresentar um conjunto de riscos ocupacionais. Foi pensando nesta ótica que o professor Marco Antônio decidiu avaliar o trabalhador da cultura do café, atividade rural mais comum na região do Sul de Minas. O trabalho contou com a orientação do professor Roberto Funes Abrahão e coorientação do professor Mauro José Andrade Tereso. 

Graduado em Fisioterapia e Educação Física, a ideia de Marco Antônio foi justamente caracterizar a carga física de trabalho para orientar as pesquisas e políticas públicas para a melhoria dessas condições, tanto para a qualidade de vida do trabalhador, quanto para o desempenho da produção, em especial no sistema de produção familiar. De acordo com o pesquisador, quando as condições de trabalho são desfavoráveis, ocorre fadiga, extenuações físicas e psíquicas, diminuição do rendimento, aumento dos erros, dores osteomusculares diversas e riscos de acidentes no trabalho. 

O estudo foi realizado em sete propriedades, com a participação de 12 trabalhadores ligadas à Associação dos Agricultores Familiares de Santo Antônio do Amparo – Força Café, localizada no Município de Santo Antônio do Amparo (MG), que se dedicam à cultura do café. Eles foram avaliados durante a realização de diferentes tarefas (adubação a lanço, adubação foliar, desbrota, aplicação de herbicida, colheita – tanto em terreno plano como em topografia acidentada, além de secagem e armazenamento). 

Tecnologia facilita a avaliação 

A carga física de trabalho foi caracterizada a partir de descritores fisiológicos, biomecânicos e psicofísicos, que incluíram a frequência cardíaca durante o trabalho (FCT), a carga cardiovascular (CCV), as combinações posturais, as manifestações de desconforto e o esforço percebido. Para tanto, as tarefas foram filmadas e avaliadas com a ajuda do software CAPTIV L3000, que possibilitou a obtenção de dados estatísticos, uma análise descritiva básica das tarefas observadas, histogramas, resumo das durações das tarefas, as repetições e frequências. 

Para o monitoramento da frequência cardíaca foi utilizado um frequencímetro cardíaco RS 800 cx G3, composto de um sensor transmissor, uma cinta elástica peitoral, um sensor GPS, um adaptador infravermelho e cabos para transferência dos dados ao computador, para processamento dos dados. 

Além disso, era apresentado ao trabalhador um diagrama das áreas dolorosas ao final de cada tarefa monitorado, para que fossem apontadas as regiões do corpo onde sentia algum tipo de desconforto. Na sequência, complementando a análise subjetiva, foi solicitado que avaliasse o grau de desconforto que sentia em cada um dos segmentos corporais indicados no diagrama. 

Resultados 

As tarefas adubação foliar, adubação a lanço, secagem e armazenamento foram as que apresentaram maior exigência cardiovascular. Pela natureza da tarefa, as tarefas de desbrota e colheita apresentaram uma grande variabilidade de combinações posturais. As demais tarefas apresentaram uma menor variabilidade. 

Na avaliação do conjunto de tarefas, as principais áreas de manifestação de desconforto foram as regiões dos ombros, pescoço, dorso médio e dorso inferior. Os trabalhadores destacaram a adubação foliar, adubação a lanço e armazenamento como as mais exigentes quanto ao esforço percebido. 

Destaca-se que, na percepção subjetiva, os trabalhadores indicaram haver diferença significativa entre as tarefas desenvolvidas em distintas condições topográficas, considerando maior esforço para aquelas realizadas no morro. Entretanto, tanto os indicadores cardiovasculares como os biomecânicos não revelaram diferenças estatisticamente significativas entre as tarefas desenvolvidas em condição de morro e plano. 

De acordo com Marco Antônio, espera-se que, além do conhecimento aprofundado das exigências físicas do trabalho da cafeicultura familiar, o projeto possa contribuir para a formulação de políticas públicas destinadas ao setor produtivo e para o desenvolvimento de novas tecnologias orientadas à minimização das dificuldades laborais e ao aumento da produtividade do trabalho. 

Fonte Original: Universidade Federal de Lavras.

Cibele Aguiar

Sancionada lei para renegociação da Dívida Ativa

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PARQUE DE EXPOSIÇÕES DE VARGINHA

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ALUGAMOS PARA EVENTOS

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DECLARA SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA E ANORMALIDADE NO ÂMBITO DO MUNICÍPIO DE VARGINHA, ESTADO DE MINAS G

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